sábado, abril 28, 2007

Inimigos subterrâneos

Todo agricultor sabe das dificuldades que tem para exterminar nematóides, ácaros e afins. São seres quase invisíveis que, sem os cuidados necessários, são capazes de acabar com uma safra inteira. Por isso, os agricultores modernos usam sementes tratadas, imunes a doenças e, agora, as trangênicas que, segundo li, têm a propriedade de “enfrentar” esses inimigos!

Nossa sociedade está “presa” de “nematóides” perigosíssimos. A cada dia que passa, vão minando posturas, moral e vontades que tornam as pessoas e, sobretudo os jovens, autênticos joguetes (fantoches) de sua ganância irracional. Sim, porque lidar com o vício, tornar as pessoas dependentes, é um clamor que brada aos céus.

A natureza tem a lei da compensação que diz que “tudo o que se fizer aos outros, retornará a si próprio”. Apesar do lucro astronômico que leva alguns maus cidadãos a enfrentar a polícia e a repulsa da sociedade, acho que o mal que eles promovem virá, sobretudo, sobre sua família. Sim, porque o exemplo paternal é condição suprema para uma família sadia, respeitosa e cidadã!

Uma lágrima de coração empedernido é arrependimento que dificilmente se vê! Por isso, o desespero que toma conta das pessoas do mal que, sem causar pena a ninguém, ainda os torna mais abjetos!

“Livrai-nos de todo o mal, Senhor!”

Eleutério Sousa

Desta massa se fazem heróis

Nosso mártir da independência era homem do povo. Filho de pai português e mãe brasileira, atingiu o posto de Alferes do exército que era o máximo concedido a nativos e, sobretudo, a gente do povo!

Com certeza, Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, por sua habilidade com os instrumentos com que extraia dentes, ao ver as mazelas populares, lhe doía a alma todo esse sofrimento. Não sei se naquela época haveria algum salário mínimo, mas, com certeza, esse “salário” mínimo seria indigno como o de hoje. Nosso salário mínimo é fermento para milhões de heróis em todo o país. Ter família, cuidar de filhos, etc, com os salários nacionais, só pode resultar em heroísmo puro!

Note-se que o pessoal com quem Tiradentes se associou – classe média alta – tirou o corpo fora quando a “coisa” esquentou.

Por isso, aquele seu ato de nobreza: “se dez vidas tivesse, dez vidas eu daria!” – frase dita por Tiradentes.

Os bem situados na vida, pouco se interessam pela situação do povo, a todos os títulos precária. Já vi mães embebendo pão em pinga para adormecer crianças! Falta de cuidado materno? Talvez! Ou será a miséria que leva a essa situação!

Nossa independência não foi cruenta. A Inconfidência, com Tiradentes, tinha ideais tão nobres que, se aplicados, fariam deste país o paraíso que tanto queremos. Talvez dessa massa popular de que surgiu nosso herói Tiradentes surja outro líder que os coloque em prática. Tenhamos esperança!

Eleutério Sousa

A imagem de R. R. Soares

O missionário R. R. Soares é bem falante, domina as técnicas de comunicação, inteligente, bem vestido (na TV, mostra até a grife que o veste!) e, supõe-se, deve ter uma vida condizente à sua pregação. Afinal, falar e interpretar as Sagradas Escrituras modifica o ser humano. A palavra de Deus é santa e esta é uma boa “contaminação”.

Disseram-me que sua vocação de missionário começou junto com o bispo Edir Macedo e que – dizem as mas línguas – brigaram, fundando cada um a sua igreja. “Vigiai para que não venha o lobo e disperse o rebanho!” – Por isso, é que deve haver pastores, incondicionalmente discípulos de Cristo, por seus atos e palavras, vivendo em castidade e pobreza, pois essa é a verdadeira “imagem” de Jesus! Pois é, o missionário R. R. Soares dizia no seu programa que tinha uma tia colecionadora de Santos. Imagens de todos os tipos, até uma que não sabia de que santo era. Perguntando para o R. R. Soares, este disse que, como era parecido a ele deveria ser a sua imagem! A gargalhada na imensa igreja que possui em SP foi geral.

Pensando bem, o “nosso” missionário perdeu uma chance de praticar a Bíblia de que tanto fala. A palavra de Deus nos torna santos, nos impele à conversão e, se alguns têm virtudes heróicas suficientes para ter uma imagem que lembre isso aos fiéis, essa é uma honra não da pessoa humana, mas da palavra de Deus que encontrou “terreno propício” para produzir frutos eternos. Pensemos nisso!

Eleutério Sousa

Aprender com a natureza

Deram-me um recado. Simples e objetivo, criticava o fato de não haver uma árvore sequer em uma casa nova, muito conhecida na cidade. Passei a objeção ao interessado e garanto que vai ser resolvido o problema. De fato, não adianta passar doutrina aos outros e não cumpri-la!

Em compensação, disse-lhe eu a essa pessoa, no meu quintal tenho 5 aceroleiras, 2 pitangueiras, uma laranjeira, um limoeiro, 2 touceiras de bananeiras produzindo neste momento 5 cachos (vou distribuir para toda a rua!). Pela manhã, o quintal se enche de passarinhos. Como não coloco veneno, as aves descobrem as frutas sãs e isso é uma festa para todos nós em casa!

Sou nascido na Ilha da Madeira, Portugal, com uma natureza tropical parecida à brasileira. As chuvas produzem-se nas montanhas com as nuvens carregadas de umidade em razão da “Gulf Stream” (corrente do Golfo do México que dá volta ao Atlântico Norte e termina nas costas da Madeira). A umidade, em contato com a mata nativa, condensa-se e em pouco tempo centenas de córregos dirigem-se para o rio onde forma a torrente.

Multipliquemos isso por 500 rios ou mais e temos a ilha como um autêntico manancial de águas puras e cristalinas. Calcula-se a reserva hídrica em 500 bilhões de metros cúbicos renovados constantemente. Para preservar essa riqueza pública o governo local, mesmo indo contra os interesses de alguns, tornou 2/3 da ilha um parque nacional natural. Os turistas adoraram e a hospedagem que era principalmente na capital, estendeu-se por toda a ilha com centenas de hotéis de todos os tipos, sobretudo pousadas rurais, dando emprego e sustento a muita gente! Exemplo de bons governos, conscientes e amigos do povo. A água e o meio ambiente preservados são fonte inesgotável do bem mais precioso para todos nós: a qualidade de vida!

Esperamos ter dado o recado da Campanha da Fraternidade. Com textos simples e despretensiosos procuramos dar nossa contribuição ao despertar de consciências. Nosso país é lindo, dadivoso, mas precisa de nós! Pensemos nisso! Boa Páscoa a todos!

Eleutério Sousa

Amazônia e egoísmo

Li, em uma revista de uma congregação religiosa que tem presença em Palmital, que há uma crise sem precedentes a nível moral em todo o mundo. Sem endossar as previsões de cataclismo da revista (penso que o ser humano tem reservas morais que o farão dar a volta por cima), não há como negar as suas previsões sombrias.

As guerras modernas deram ao homem a falsa impressão de poder extremo. Passa-se por cima dos direitos mais elementares e, o que se vê, é um descalabro moral que reina em todos os setores da vida. Mata-se e não se investiga, rouba-se e fica por isso mesmo, a leviandade propaga-se nos matrimônios, e a separação, nefasta a todos os títulos, termina com a instituição familiar, esteio da Sociedade bem constituída.

Tem-se notícias de como se devasta o meio-ambiente, sobretudo na Amazônia, talvez o “Eldorado” que poderia salvar nosso país e a humanidade, por conta da sua biodiversidade. Mas o egoísmo de poucos está destruindo todo aquele ecossistema, na seqüência do que se fez no resto do país.

Terá “volta” todo este estado de coisas? Soube, um dia destes, que um menino de 12 anos vai à escola com uma garrafa de pinga e toma em sala de aula! Disseram-me que não há como “os professores resolverem esse caso!” – comentário do próprio pai! – “Porquê você não o educa em casa?”: perguntei. – “Queria que o C.T. o mandasse para a Febem!”

Com muita tristeza, vejo que a degradação familiar leva as pessoas a serem “procriadoras” involuntárias. Aquele sentimento de honradez, aprumo, respeito ao próximo, foram para as “kalendas”.

Note-se bem que, aquilo que fazemos e praticamos “infra-muros”, será estendido a todo nosso proceder: A vida não vale nada, nosso “entorno” só causa problemas e este egoísmo latente, exercitado diariamente, nos causará uma tragédia ambiental e um desmoronamento da civilização que as boas consciências ainda têm tempo de evitar!

Para reflexão!

Eleutério Sousa

Natureza dadivosa

Campanha da Fraternidade – Natureza dadivosa

Comemora-se a 22 de março, o dia da água. O Brasil possui 20% das reservas mundiais de água doce. A Amazônia que tem cerca de 2 terços da superfície do nosso território, ou seja, 5 milhões de km² é um imenso reservatório de água doce. Já tive a oportunidade de viajar de avião sobre a Amazônia. Horas e horas sobrevoando matas e rios!

Sabe-se que seu ecossistema é frágil e há necessidade de muita inteligência e patriotismo para não depredar aquele fabuloso meio-ambiente. Nossa civilização baseia-se nos costumes europeus que vieram aqui implantar seu sistema de exploração.

Temos que repensar tudo o que se fez até agora. Há formas de exploração racional e mais abrangente para as populações que habitam os diversos ecossistemas do país.

Vi no Globo Rural a pesca do marapá. É um peixe que cresce em proporções gigantescas e que estava desaparecendo da região amazônica. Bastou um controle da pesca predatória e um “tempo” para a desova para voltarem aos milhões, de tal forma que se os pode pegar à mão! A natureza inteira se beneficia: as aves, as matas, as populações ribeirinhas. Fome? Culpa de quem?

A natureza não é madrasta. O homem com sua cobiça é o fator determinante do destino do próprio homem, para bem ou para mal!... Pensemos nisso!

Eleutério Sousa