segunda-feira, julho 31, 2006

A VIDA DO ESPÍRITO

Padre, dizia-me um dia uma pessoa, todos me consideram feliz porque tenho saúde, uma família maravilhosa e sou bem sucedido nos meus negócios. Mas, na verdade, eu não sou feliz! Eu estou morto.
Como assim? Perguntei-lhe.
Eu estou morto espiritualmente.
E contou-me o porquê. Uma longa história! Dei-lhe a absolvição.
Voltou para casa explodindo de alegria; sentiu-se renascido, com a vida plena: física e espiritual.
A vida do nosso espírito é a mesma vida de Deus: o seu pensamento e a sua vontade de amor, ou Espírito Santo guiando a nossa vida.
Mas como o Espírito de Deus age em nós? É sobre este assunto que iremos nos deter neste artigo.
O Espírito divino: pensamento e vontade de Deus, podemos compará-lo à luz e ao calor do sol, enquanto nós nos podemos imaginar como um quarto fechado e, por isso, escuro.
Ora, o que acontece na medida em que abrimos a janela de um quarto fechado? A luz e o calor do sol penetram nele, permitindo cada vez mais, enxergar as coisas e sentir o calor.
Assim, na medida em que nós nos abrimos ao Espírito de Deus, ele se torna presente em nós, permitindo-nos compreender cada vez melhor e cumprir como sempre maior felicidade o que devemos realizar para viver no amor em tudo o que fazemos.
Esta fase da abertura progressiva ao Espírito de Deus, ao pensamento e à vontade dele, que, sempre mais, nos ilumina e nos dá força na realização do bem, é chamada de VIRTUDES SOBRENATURAIS.
Se, enfim, a janela do quarto for aberta de maneira completa, a luz e o calor que entrarão nele serão tais que permitirão enxergar tudo, até as coisas mínimas, e ter todo o calor possível.
Assim, se a abertura ao Espírito Divino for plena, ele (o pensamento e a vontade de Deus) estará de tal modo presente em nós que conheceremos e faremos sem o menor esforço aquilo que devemos realizar, momento por momento, para que a nossa ação seja conforme a vontade de Deus e, por isso de respeito e de amor para conosco para com os outros
Este estágio de abertura plena ao Espírito Santo, que lhe permite de, nos ajudar, mas, diria de nos levar, é chamado de DONS DO ESPÍRITO SANTO.
Quando somos simplesmente ajudados (como na fase da Virtude), somos como criança que anda por sua conta, mas ajudada pela mãe que lhe dá a mão.
Quando somos levados (como na fase dos Dons), somos criança que anda, mas nos braços da mãe, sem esforço e com segurança.
Em outras palavras, a ação de Deus, do Espírito Santo, em nós depende da nossa abertura a Ele.
(Continua).

CATEQUESE DA CRISMA

CATEQUISTA DENER MOLERO DE LIMA

sábado, julho 29, 2006

O FRIO

“Bate, leve, levemente como quem chama por mim”.

Nas madrugadas, a brisa gelada enruga a pele do rosto formando rosáceas entumecidas. O frio de inverno, últimos estertores da frente polar que chegam até nós, faz sofrer as pessoas pouco acostumadas a esta inclemência.

Na verdade, o calor tropical que nos acompanha quase todo o ano é uma bênção que nos faz sonhar quando chega o frio.

Nesta época gelada, movimentam-se as associações de solidariedade, a assistência social da Prefeitura, etc, para fazerem minorar as agruras dos mais pobres.

Na falta de meios, encontra-se o pobre à mercê da inclemência da estação. Por isso, são bem-vindas todas as manifestações de carinho e solidariedade para com os deserdados da sorte.

Parabéns a todas as associações e à Prefeitura por seu departamento social, por esta aplicação do amor cristão.

Eleutério Sousa

A LÁGRIMA

No terreno ressequido uma flor minúscula lutava pela sobrevivência. Uma estiagem inclemente havia reduzido a folhas secas toda uma plantação. Junto de um arbusto protetor restava a última planta, a última flor, esmaecida, estiolada, definhando-se, desejando que uma gota de orvalho viesse embeber sua raiz e dar-lhe um alento de vida.

A umidade formada pelo sereno da noite formara gotas que, nas folhas enrarecidas do arbusto protetor, teimavam em não descer até o solo.

A flor como em uma última lufada de esperança, desejava aquelas gotas como sua tábua de salvação. Uma brisa suave ajudava a escorrer aquelas gotas que, aleatoriamente, espalhavam-se pela terra.

A flor, precisando daquelas gotas para sua sobrevivência, não havia sido contemplada, para desespero seu. E assim, até a noite seguinte em que se formaria um novo orvalho, a flor terminou por definhar-se.

Quantas pessoas precisam de uma gota de vida, de um alento, um gesto solidário que se recusam terminantemente em vir até nós? Palavras de ânimo, como gotículas salvadoras, um sentimento em forma de uma lágrima, são suficientes para ajudar a quem precisa desesperadamente de um conforto. Não esqueçamos que o ser humano é, sobretudo, solidário e que a interajuda é essencial para seu crescimento.

Eleutério Sousa

quarta-feira, julho 26, 2006

Questão de Berço

Os ingleses chamam de “tomar chá em criança” o fato da pessoa ser educada ao extremo, ter noção de que “seu direito termina quando começa o direito dos outros”, enfim, portar-se como cidadão.
Quando alguém acha que a prepotência deve ser a lei, que os “mala” aqueles tipos odiosos (maioria, atualmente) podem, fazem e mandam, esquece que os bons princípios, aqueles adquiridos no seio de uma boa família – o que atualmente são “jóia rara” – serão eternos e são o parâmetro que fará subir socialmente o ser humano.
Aparentemente, galgar posições a qualquer custo, zombar dos outros, sobretudo dos mais velhos parece o certo nos dias de hoje.
Essas pessoas esquecem que um dia podem chegar a velhos, quase nunca chegam porque sempre há quem os enfrente, e acabam com sua carreira de “mala”.
Está faltando, cada dia mais, aquela educação simples de nossos antepassados que fazia de nossa terra um lugar sadio e respeitoso para se viver!
“Ah! Saudades dos tempos de outrora”.
Dizia a música.

Eleutério Sousa

Dia dos Avós

Comemora-se o Dia dos Avós em 26 de julho, e esse dia foi escolhido para a comemoração porque é o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo.

Século I a.C. - Conta a história que Ana e seu marido, Joaquim, viviam em Nazaré e não tinham filhos, mas sempre rezavam pedindo que o Senhor lhes enviasse uma criança. Apesar da idade avançada do casal, um anjo do Senhor apareceu e comunicou que Ana estava grávida, e eles tiveram a graça de ter uma menina abençoada a quem batizaram de Maria. Santa Ana morreu quando a menina tinha apenas 3 anos. Devido a sua história, Santa Ana é considerada a padroeira das mulheres grávidas e dos que desejam ter filhos. Maria cresceu conhecendo e amando a Deus e foi por Ele a escolhida para ser Mãe de Seu Filho. São Joaquim e Santa Ana são os padroeiros dos avós.

O Dia dos Avós gera polêmica por conta das críticas dos que só vêem o lado comercial da comemoração.

Mas o papel dos avós na família vai muito além dos mimos dados aos netos, e muitas vezes eles são o suporte afetivo e financeiro de pais e filhos. Por isso, se diz que os avós são pais duas vezes.

As avós são também chamadas de "segunda mãe", e muitas vezes estão ao lado e mesmo à frente da educação de seus netos, com sua sabedoria, experiência e com certeza um sentimento maravilhoso de estar vivenciando os frutos de seu fruto, ou seja, a continuidade das gerações.

Celebrar o Dia dos Avós significa celebrar a experiência de vida, reconhecer o valor da sabedoria adquirida, não apenas nos livros, nem nas escolas, mas no convívio com as pessoas e com a própria natureza.

Aproveite esta data para mandar uma mensagem de carinho aos queridos vovô e vovó e dizer o quanto você lembra deles.

O Portal da Família expressa seu profundo carinho por todos os vovôs e vovós que nos visitam.

sábado, julho 15, 2006

“Hilariarquia” e “burrocratização”

Todos os dias, uma formiga chegava cedo ao escritório onde trabalhava. Era produtiva e feliz.
O gerente marimbondo estranhou o fato de a formiga trabalhar sem supervisão. Imaginou que se ela era tão eficaz sem ser supervisionada, seria ainda mais trabalhando sob as rédeas curtas de alguém que a controlasse. Por isso, colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência como supervisora.
A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga.
Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas.
O marimbondo ficou encantado com os relatórios da nova supervisora e pediu também gráficos com indicadores e análises das tendências que eram mostradas em reuniões.
A barata, então, contratou uma mosca e comprou um computador com impressora colorida.
Logo, a formiga produtiva e feliz começou a se lamentar por todos aqueles papéis e pelas demoradas e improdutivas reuniões.
O marimbondo, em mais um lampejo de homem de “visão”, concluiu que era a hora de criar a função de gestor para a área onde a formiga trabalhava. O cargo foi dado a uma cigarra, cuja primeira medida foi mandar colocar carpete em seu escritório e comprar uma cadeira especial.
Como nova gestora, a cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente (a mesma da empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento.
Com as cifras do último ano em mãos, deu-se conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava não rendia como antes e contratou uma coruja, prestigiada consultora, para que fizesse um diagnóstico da situação.
A coruja permaneceu por três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, que concluía: “Há muita gente na empresa”.
Adivinhem quem o marimbondo mandou demitir? A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida.

(colaboração: Peterson Paulino)

quarta-feira, julho 12, 2006

JESUS E A VIDA DIVINA DO SEU ESPÍRITO

Quando pesamos em Jesus, ele se nos apresenta como uma pessoa humana extraordinária, aliás, única. Uma pessoa cuja vida foi de completa doação, até dar a sua vida, e acompanhada por milagres: curas, perdão dos pecados e ressurreição.
Os milagres nos manifestam que ele tinha algo de superior e a sua bondade nos diz que a sua maneira de pensar e de agir era muito diferente da nossa.
Jesus, com efeito, é Deus feito homem, é Deus revestido da natureza humana: “E o Verbo (Deus) se faz carne” (Jo 1,14).
O que nele aparece é a humanidade, mas nele está presente, e de maneira plena, a Trindade: O Pai, e o Filho e o Espírito Santo. É a Trindade Santa que vive no seu espírito humano: que pensa e age nele. E é por isso que a sua vida foi toda de amor e realizou milagres.
Nos Evangelhos, nos Atos dos Apóstolos e nas cartas de São Paulo, é revelada em diversos momentos e em diversas maneiras, mas, em geral, como presença e ação do Espírito Santo, que, como dizíamos, indica a presença e a vida da Santíssima Trindade. Por exemplo.
Na profissão de fé de Pedro. Jesus chegando ao território de Cesárea de Filipe, perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homem ser o filho do Homem?” Responderam: uns afirmam que é João Batista outros que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas. Então lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro, respondeu, disse: “Tu és o Messias, O Filho do Deus vivo” ( Mt 16,13-16).
““ Messias”, literalmente, significa “Cristo”, que, por sua vez, significa “ungido”; e na história da salvação significa “ungido” com o Espírito Santo”. “Quer dizer, Jesus é aquele ao qual foi dado o Espírito de Deus, a presença da Trindade. Por isso Jesus pode dizer: Quem crê em mim, não é em mim que crê, mas em quem me enviou, e quem me vê aquele que me enviou” ( Jo 12,44-45 ). E ao mostra-lhes o Pai, dirá: “ Como pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai!’? Não crês que estou no Pai e o Pai está em mim, realiza suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que vos digo, não as digo por mim mesmo, mas o Pai, que permanece em mim, realiza suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim ( Jo 14,9-11 ).
Ainda Pedro, na casa de Cornélio, diz “Voz conheceis o que aconteceu por toda Judéia... depois do batismo pregado por João: como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré”. ( At 10,37s) .
São Paulo, na carta aos Colossenses, também nos diz: “Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” ( Cl 2,9).
O mesmo Jesus, o início da atividade messiânica confessa ser o ungido do Pai com o Espírito Santo: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor consagrou-me com a unção; envia-me ( Is 61,1s)” ( Lc, 4,16-21).
( continua).
CATEQUESE DA CRISMA
CATEQUISTA DENER MOLERO DE LIMA

sábado, julho 08, 2006

ESFORÇO E DETERMINAÇÃO

Qualquer atividade humana exige esforço e determinação. Para um bom desempenho há necessidade de se usar inteligência, trabalho, planejamento e a vontade inquebrantável de atingir o fim determinado.
Às vezes, não se consegue, mas a doação extrema aos seus objetivos faz do homem aquele ser especial que tudo pode superar. Os menores detalhes de organização bem planejados e executados levam à vitória.
Podemos não ser os campeões, mas levaremos a palma porque nossa consciência está em paz. No esporte, ganhar e perder faz parte da competição.
O não se esforçar põe em descrédito, chefes e subalternos no mesmo paradigma. Por isso, se formos campeões, os melhores na área que escolhermos, ótimo!
Mas, sobretudo, fica a consciência do dever cumprido, encarar quem quer seja sabendo que o melhor de nós foi dado.
Pensemos nisso!

Eleutério Sousa

Televisão

Quem já viu TV hoje? Provavelmente, 99% das pessoas responderão: “eu já”. Como poderoso meio de comunicação, a televisão traz consigo, além dos artistas que a dão vida, benefícios e malefícios a quem usufrui dela.
Os malefícios são evidentes (ao menos para quem se esforça um pouquinho pra percebê–los): programas que tem como objetivo tão somente atingir altos pontos no ibope deixam a desejar no conteúdo: Ratinho, do SBT, é um exemplo: baixarias, matérias “ocas”, e alguns pontos no ibope para agradar o dono da emissora. É apenas um razoável humorístico que deixa os telespectadores com preguiça de pensar.
E não pára por aí: a televisão está cheia de programas como esse. Basta ligarmos nosso aparelho para encontrar, por exemplo, alguns sem nenhum charme (que me desculpe Adriane Galisteu), ou outros que tornam o nosso domingo nada legal.
Abro parênteses para dizer que é de se perceber minha antipatia pelo SBT. Confesso: acho o canal do homem do baú uma agressão à cultura, assim como acho a Rede Globo a verdadeira dona do país. Com seu Jornal Nacional, por exemplo, faz a imagem de quem bem lhe entender, levando qualquer um ao céu ou ao inferno. Ou alguém duvida de que Fernando Collor foi eleito assim?
Há exceções a tudo que foi dito: programas como “Pequenas Empresas Grandes Negócios” e “Globo Rural” têm belíssimo cunho informativo; as minisséries do SBT, eventos esportivos, filmes nacionais (ou não), Show do Tom, Pânico na TV, e outros, são uma boa opção de entretenimento.
Claro: não quero ser radical ao ponto de afirmar que os programas a que me referi no início do texto não devem ser vistos; a intenção é abrir os olhos para que a programação diária de TV não se restrinja apenas a eles, e que canais como a TV Cultura, por exemplo, sejam, mesmo que de vez em quando, lembrados e sintonizados.
Portanto, proponho um balanceamento de nossa programação para com os programas televisivos: um pouco de entretenimento e um pouco de informação, sempre com opinião própria.
Peterson P. R. da Silva

A VIDA DO ESPÍRITO (CONT.:)

“ Se conhecesses o dom de Deus e quem é que diz: dá-me de beber, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva” ( Jô. 4,10 ).


A vida do espírito humano, dizíamos, é a vida de sua fonte, do Espírito perfeito, que é Deus.
Ela, como em Deus, consiste em pensar e querer a vida, em amor.
Ela é atribuída à ação do Espírito Santo presente em nós.
De fato São Paulo nos diz: “ Aquele que ressuscitou Cristo dos mortos vivificará também os vossos corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vós” ( Rm. 8,11). E ainda: “ O amor de Deus ( a vida divina ) foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” ( Rm. 8,11 ).
Mas, esta presença e esta ação do Espírito Santo em nós é por atribuição.
Quer dizer, a presença do Espírito Santo em nós, na realidade, indica a presença da Trindade em nós. Não pode haver presença de uma pessoa divina sem a presença das outras.
Também o pensar e querer a vida ( o amor ) me nós são atribuídos ao Espírito Santo, mas na verdade, são a vida da trindade toda: Pai, Filho e Espírito Santo.
Faz-se esta atribuição porque a presença e a atividade da Santíssima Trindade em nós são um dom, uma realização de amor de Deus, e o Espírito Santo, em Deus, é a vontade, o amor. Nada, pois, de mais natural do que atribuir e a vida da Santíssima Trindade em nós ao seu Amor: o Espírito Santo.
De modo que quando falamos do Espírito Santo e da vida divina em nós entenderemos sempre a presença da Santíssima Trindade, vivendo e agindo em nós.
Assim as expressões: “ habitação do Espírito Santo” ( Rm. 8,9 ), “ templo vivo do Espírito Santo” ( 1 Cor. 6,19 ), com que são denominadas as pessoas que vivem a vida divina em Cristo nos revela: “ a eles viremos e nele estabeleceremos morada” ( Jo. 14,23 ), isto é a presença e a ação do Espírito Santo são a presença e a ação do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Notemos também que a presença de Deus em nós não diminui a sua transcendência. Ele é absolutamente transcendente em relação ao mundo: ele é espírito ( Jo. 4, 24 ) absoluto. Mas está presente nele com força vivificante. Isso é valido, especialmente, quanto ao homem: Deus está no íntimo do seu ser, como pensamento, consciência e coração. Ele é “ Interior intimo meo”, isto é, mais íntimo do que o meu íntimo, dizia Santo Agostinho.
De modo que, a vida da pessoa boa, que vive cumprindo os próprios deveres, com responsabilidade, honestidade e amor, é a vida de Deus nela. É Deus que nela pensa e quer aquilo que ela faz. Por isso todo o seu pensar e o seu agir se divinizam e se transformam fonte de bem, em graça, para ela e para os outros.
Esta vida do espírito humano, que, repito, é o pensamento e a vontade de Deus em nós, Jesus a chama também de “ água viva... que jorra para a vida eterna” ( Jo 4,10-14).
“ Se conhecesse diz à Samaritana o dom de Deus e quem é que te diz dá-me de beber tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva” ( Jo 14,10 ).
Diz também: “ Quem tem sede venha a mim: e beba quem crê em mim” ( Jo 7,38 ). E ainda: “ A água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna” ( Jo 4,14 ), isto é, a vida de Deus em nós diviniza a nossa existência terrena e constitui a nossa felicidade na eternidade.
No colóquio com Micodemos Jesus fala também da necessidade de um novo “ nascimento” para entrar no Reino de Deus. Este novo “nascimento”, diz, deve ser “pela água e pelo Espírito Santo” ( Jo.3,5 ).
A água é o símbolo da vida e o Espírito Santo indica Deus, a Santíssima Trindade, fonte desta vida. De fato este novo nascimento, que normalmente se realiza no santo Batismo, acontece “ em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo” ( Mt. 28,19).
É um “ novo nascimento” porque, pela Redenção de Cristo torna capaz e opera a participação da vida de Deus, é fruto da morte e Ressurreição de Cristo.
Com efeito, o mesmo Jesus o diz aos Apóstolos no discurso de despedida, quando promete o Espírito Santo: “ é de vosso interesse que eu parta, pois, se eu não for o Paráclito não virá a vós. Quando eu for, enviá-lo-ei a vós” ( Jo.16,7).
A vinda do Espírito Santo que quer dizer da Santíssima Trindade e, consequentemente, da vida de Deus é condicionada ao partir de Cristo, isto é à sua morte e Ressurreição, através das quais Jesus realiza a nossa Redenção. Virá por causa da Redenção realizada por Cristo.
Este é o grande dom que Deus nos faz e que Jesus nos obteve morrendo na cruz pelos nossos pecados.
Por que participamos da santa Missa? Porque indo à Missa, que torna presente a morte e ressurreição de Cristo, vamos nos purificar e nos renovar na vida espiritual n fonte do perdão e da vida divina, que são a morte e a ressurreição de Jesus.
É como se fôssemos tomar um banho espiritual de purificação no sangue derramado de Jesus e nos alimentarmos espiritualmente, assimilando cada vez mais o seu espírito divino, no encontro com ele ressuscitado à semelhança dos apóstolos e de Maria Santíssima, que participaram da sua morte e se encontraram com ele ressuscitado.
( continua )

CATEQUESE DA CRISMA

CATEQUISTA: DENER MOLERO DE LIMA