PARA QUE CRESCER?
Diante da vida, o que devemos esperar?
O sol a brilhar todas as manhãs, o café à mesa, nosso trabalho, nosso lazer, o amor?...
Seria apenas isso a vida?
Não, mais ainda, e solidão, e desafio,
e desilusão
Não há mais crianças brincando, nem parques,
nem gangorras,
não há mais pesca no riachinho,
nem bicicleta, nem cavalo, nem o pomar
para se sentar na grama e sugar a laranja,
uma após outra,
nem a cana de açúcar, nem a carroçinha, nem balanços.
Não há mais sonhos coloridos, nem príncipes encantados.
nem o apartamento sonhado, nem você...
Por que a gente tem de crescer?
Para nada mais existir?
Para se desiludir?
Para ter que renunciar a tantas grandezas, a tantas belezas, a tantas ilusões?
Onde está você?
Quem tanto desejei, quem tanto beijei, quem tanto amei...
Em seu lugar ficou a solidão, a insatisfação,
uma procura inútil, uma busca incessante de vida,
de energia, de alegria, de futuro, de esperança, de você...
Eu procuro em todos os lugares,
em todos os cantos e todas as ruas e cidades,
no passado, no futuro, mas não lhe encontro.
E no presente você e nada, e utopia, e desejo e insatisfações. Para que crescer?
Maria Alice Silvestrini
Andirá-PR 05/03/87
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