quarta-feira, março 29, 2006

Exemplo de Vida


Campanha da Fraternidade

Nesta época de conversão, vemos a semente em boa terra, germinando e produzindo bons frutos.
Não adianta só propostas ocas, apesar de bem intencionadas. O Cristão é ativo, é solidário, é irmão!...
Diversos carismas têm acompanhado a Igreja em sua peregrinação terrena e todos com um fundamento especial, insubstituível: A Caridade!
É insofismável que a Igreja existe à semelhança das comunidades primitivas do cristianismo, uma sociedade que prioriza a caridade. Este sentimento divino não é só dar o pão, mas, sobretudo, induzir o ser humano ao estágio de dignidade que deve irmanar a todos.
D.Hélder Câmara, bispo de Olinda e Recife dizia que não há como pregar o evangelho a estômagos vazios. Sua preocupação social era premente e por isso fundou o Banco da Providência para amparar os mais necessitados. Chamaram-no de “Bispo vermelho” porque se opunha aos desmandos dos poderosos.
Fala-se atualmente de uma figura importantíssima na História do Brasil: Juscelino Kubitchek. Tive a honra de conhecê-lo pessoalmente. Esquecemos porém da figura benemérita e carismática de D. Hélder. Lembro-me que em seu funeral, as pessoas não choravam, mas rezavam e cantavam.
Sua passagem neste mundo foi alegre e atuante. Oxalá todos nós sejamos um exemplo de vida e de fé como D. Hélder.
A Igreja – Eclésia – Assembléia de Cristo, culmina na Glória onde os bem aventurados participarão por toda eternidade.
Neste tempo quaresmal, façamos de nosso peregrinar, a conquista da Senda Celestial.
Pensemos nisso.
Eleutério Sousa.

GRANDE VIAGEM – MEU ANO NO BRASIL

1.1 Eu sou uma intercambiária da Alemanha em Palmital – São Paulo, tenho 17 anos e já faz sete meses que estou aqui. No meu país eu moro em uma vila com 400 habitantes, mas tem uma boa conexão com a cidade que se chama Fulda onde ficam as escolas, mercados, o cinema e o shopping. Eu tenho um irmão de 14 anos e nos moramos junto com os meus pais na nossa casa. Meu pai trabalha na estação ferroviária e minha mãe é enfermeira. Eu freqüento o 3º colegial em uma escola católica só para meninas e ainda faltam dois anos para terminar o curso. Eu toco flauta doce desde os oito anos e piano há 2.
Helena RustlerAdoro também a orquestra da minha cidade onde toco flauta. Eu gosto muito de ler e conversar; interesso-me muito por política e outros paises em geral. E por isso eu decidi, dois anos atrás, que queria fazer intercâmbio. Um dia, um senhor do Rotary visitou a escola e falou sobre o programa de intercâmbio do Rotary. Depois das férias de verão eu liguei para ele e fiz um curriculum. O clube me aceitou e assim fui á minha primeira reunião de intercambiários. Um outro senhor falou muito sobre intercâmbio e os intercambiários também se apresentaram. Após essa reunião eu percebi que queria fazer intercâmbio mesmo e que isso era uma experiência espantosa, boa. Eu fiz os papéis e na próxima reunião em Frankfurt todo mundo ficou sabendo do seu país de intercâmbio. Eu queria ir para Argentina, mas por que não havia vaga eu podia escolher entre México e o Brasil. Na verdade eu não pensava sobre o Brasil quando cheguei lá em Frankfurt. Mas conheci tantos brasileiros simpáticos e me decidi pelo Brasil. Após muitas reuniões para a nossa preparação, enfim cheguei a 29 de julho 2005 aqui em Palmital. Depois de algum tempo conhecia quase todo mundo e adoro morar aqui. O povo palmitalense é supersimpático e os brasileiros geralmente são muito abertos e assim fiz muitas e novas amizades. Eu gosto muito de ir á escola ainda que ela começa muito mais cedo que na Alemanha. A minha classe é muito legal e é uma boa experiência estudar junto com meninos. Na minha tem dois terços de meninos e só muito poucas meninas. Nas primeiras aulas eu não entendia quase nada só advinhava o que o professor estava falando. Eu me acostumei rapidamente a viver como uma brasileira e depois de pouco tempo meu português bastava para conversar normalmente.
2.1 No dia 11 de novembro começou a minha grande viagem com o Rotary. Todos os estudantes se reuniram em Marília e ainda ninguém se conhecia. Mas tudo bem – Um mês deveria seguir a este encontro e aí teríamos bastantes oportunidades para conversar, discutir e se divertir. Os meus conselheiros me levaram para Marília e lá eu percebi que tinha deixado o meu passaporte na minha casa em Palmital, mas precisava dele para voar. Eu não era a única que estava sem documentos, mas o senhor do Rotary nos levou junto. Na verdade essa viagem não começou bem por que eu ainda estava doente. Fazer o quê? Dentro do ônibus a maioria falava inglês e meu lugar estava ao lado de uma japonesa que falava muito bem português. A animação dos outros estava ótima e começamos a enturmar e conhecer-nos. Depois de algumas horas de viagem nesse ônibus com ar condicionado – frio demais - chegamos a Brasília. E infelizmente estava chovendo! Paramos na frente da Catedral Metropolitana de Brasília para tirar algumas fotos e entramos parar ver como que é. Lá dentro a catedral parece gigante e é muito clara e leve. O telhado é muito bonito por que é formado de vitrais. Na frente tem uma cruz e anjos pairando. É um lugar espiritual mesmo. Não houve muito tempo para aproveitar esse ambiente por que fomos para o Congresso Nacional. Vimos ainda uns móveis do primeiro parlamento do Brasil e entramos na câmara. Um guia nos explicou muitas coisas, mas infelizmente foi impossível recordar tudo. A seguir passamos ainda por alguns edifícios interessantes como o Palácio do Planalto. A arquitetura do Palácio assim como todo Brasília é um expoente máximo do modernismo. As linhas arquitetônicas são futuristas. Na residência do presidente todo mundo tirou fotos de um soldado que não se mexia. Isso era muito engraçado e ainda quando um americano tocou nele. O soldado ficou bravo e começou gritar que ele devia deixar de fazer isso. Depois fomos à torre e observamos Brasília do ponto mais alto dela. Brasília parece como um avião e é muito bonita arquitetonicamente, mas apesar disso eu acho que falta um certo espírito que faça a cidade mais viva e alegre. Tudo é planejado e assim não é possível que exista um ambiente como em uma cidade “normal”. Pode ser que alguns gostem especialmente disso mas eu prefiro uma cidade que tenha esses erros arquitetônicas. Em geral posso dizer que esta visita à capital brasileira foi muito especial por que quem pode dizer que já foi a uma cidade que ainda é muito nova e foi construída para ser capital?

3.1 Amazonas
Enfim nós chegamos a Manaus, capital do estado Amazonas. Vimos essa cidade maravilhosa só na noite – pelo menos no começo. Estava muito quente e úmido quando chegamos. Alguns intercambiários já começaram reclamar. Eu gostei muito de tudo isso. Quando fizemos o check-in no hotel todo mundo foi dormir. De manhã eu acordei em um quarto superquente e o sol brilhou muito. Sei lá por que o ar condicionado não funcionava. Eu dividi o meu quarto com uma americana e duas dinamarquesas. Elas eram bem legais e eu gostei de conversar com elas em inglês. Nesses momentos, quando as duas achavam que estavam sozinhas, elas falaram dinamarquês. Uma língua bonita, mas não da para entender nada. Depois de algumas poucas horas de sono nós fomos para uma “cidade” perto de Manaus que se chama Presidente Figueiredo. Já durante o caminho eu vi que estava em um “outro país”. A paisagem pareceu como aquelas fotos que sempre se pode ver nas propagandas de agências turísticas. Eu ficava lá com boca aberta e pensava que estava sonhando com tudo isso. Chegamos em uma parte da floresta onde havia guias e tabuletas com explicações e caminhamos um pouquinho nesse calor. Nós entramos numa caverna com morcegos e muitas aranhas e também vimos um monte de plantas tropicais. Mas, o mais impressionante, eram umas cachoeiras naturais que contém água gostosa que também refrescava um pouco. Na verdade foi impossível não ficar com calor por que quando você sai da água o calor já mata você. Dentro do ônibus, no entanto, estava frio e cada vez que saíamos do ônibus parecia como que nos batíamos contra um muro de calor. Depois dessa visita ainda tomamos banho em uma cachoeira maior. Se eu pudesse, ficaria lá muito mais tempo, mas precisamos voltar para o hotel. O dia seguinte visitamos um museu de índios.
(continua)

Parabéns, Helena!

Raras vezes encontramos alguém como esta menina. Em plena juventude, esforçadíssima e estudiosa, dá lições a muitos estudantes brasileiros.
A vontade indômita de seu povo (nasceu na Alemanha e é intercambiária em Palmital) aparece na sua maneira de ser: atingir o seu objetivo, nesta caso, aprender a lingua Portuguesa e, também, o Espanhol.
Parabéns, Helena, você sempre será lembrada por nós.
Congratulaciones, Helena!
Como su profesor, me encanta ver los progresos de esta muchacha alemana, intercambiaria en Palmital. Además del Portugués está estudiando el español y muy bien.
Helena, cuando vuelvas en Alemania, dejarás muchos recuerdos por estos sitios, con toda la seguridad.
Eleutério Sousa - professor de idiomas.

sábado, março 25, 2006

Ser Cristão é um compromisso


No recinto da Câmara Municipal, as palavras ecoavam suaves, incisivas, cheias de amor e de sentimento. Sentia-se nelas o chamado à vocação de servir, o doar-se aos semelhantes, neste caso, aos mais necessitados...
Deus estava ali! Como seu instrumento, o Padre Otacílio, o Padre Mauro e a equipe da C.F., abriram a oração, maravilhosamente acompanhada ao violão pela Irmã Elaine. Uma explanação feita por José Bressanim deu informações precisas sobre as Campanhas da Fraternidade desde sua fundação e da ação da Igreja no Brasil desde seus primórdios.

Débora, nome bíblico.
Dada a palavra a Débora Cristina Silva, Diretora da Escola Afonso Negrão, ela se esmerou na sua mensagem. Débora é daquelas pessoas carismáticas que são uma benção para o meio onde vivem.
Sente-se na sua voz calma a meiguice com que trata seus alunos na Escola Afonso Negrão e, ao mesmo tempo, seu olhar firme esconde talvez uma vontade férrea que não mede obstáculos.
Débora abraçou uma causa que muitos declinariam, mesmo trabalhando “ a brazo partido” (com pouco apoio), ela não esmorece e nos dá belos exemplos de inclusão social com seus alunos.
Quando nos engajamos em uma causa nobre, com amor e perseverança, ela flui e prospera. Deus está presente nela porque “Deus é Amor” e o amor é divino porque é incondicional.
Ter como recompensa um sorriso e um carinho de pessoas ditas “deficientes” é uma Vitória e por isso Débora é Vitoriosa!
Lê-se nos seus olhos!...

PS: Débora era uma juíza do Antigo Testamento que muito fez pelo povo de Israel. É uma das figuras de Maria, Mãe da Igreja!...

Eleutério Sousa

segunda-feira, março 20, 2006

“FAZER O BEM E NÃO OLHAR A QUEM”.


Naquele tempo... começa desta maneira o evangelista...

“Um homem foi atacado por salteadores e o deixaram à beira da estrada, moribundo.

Passavam por ali, um sacerdote da lei, um fariseu e um levita, mas simplesmente ignoraram o desditado.

“Um samaritano, aliás, pessoa mal-vista por aqueles que haviam passado por ali anteriormente, encarregou-se de cuidar do homem e ainda pagou a estalagem onde ele poderia recuperar-se e seguir viagem...”

Estas palavras são uma interpretação do evangelho, não sendo “ipis letteris”, as do evangelista.

Este gesto do samaritano ecoa há centenas de anos em nossa civilização cristã e seu exemplo é seguido por milhões de pessoas de coração bondoso e por instituições, às vezes seculares, de assistência.

Tomemos, por exemplo, as Santas Casas, fundadas por uma rainha portuguesa, D. Leonor, a instituição “Santa Casa de Misericórdia” é uma fundação de inspiração cristã que serve como o bom samaritano, a quem precisa de seus serviços.

Temos tantos e tantos abnegados exemplos , como os Asilos de São Vicente de Paulo, os Hospícios de São João de Deus e hodiernamente casas de auxílio aos aidéticos, etc.

“Pastorais” que indicam a dinâmica da Igreja e que, por mãos anônimas, fazem o trabalho social, preconizado por Jesus. Recompensas? Claro, “aquilo que fizerdes a um de vossos semelhantes é a mim que o fazeis”...

Sublime mandamento, o Amor!

Sejamos também parte integrante e dinâmica nesta inclusão social de que tanto clama a “Boa Nova”...

Faz-nos bem ao corpo e ao espírito e, sobretudo, à “conta” que devamos ter “depositada” no “Banco Divino”...

Pensemos nisso!



Eleutério Sousa – Equipe CF 2006.

quinta-feira, março 09, 2006

Levanta-te, vem para o meio!


Campanha da Fraternidade

O dia-a-dia nos traz dolorosas experiências. Apesar da consciência cristã prevalecer na maioria de nossa população, dificilmente aceitamos o “outro” que nos incomoda, sejam os velhos, os tetraplégicos, os menos dotados esteticamente, etc...
Há nichos de sabedoria e superação em pessoas a quem não damos valor. Temos em nossa cidade gente que se superou e que hoje, dignamente, é professor de idiomas. Lembro-me aqui de uma moça de sensibilidade extrema, Liliana Bergamaschi, que, apesar de suas deficiências deu mostras indeléveis de sua inteligência.
Isto deveria fazer pensar à maioria “dita” superdotada e em plena capacidade física que o cérebro tem poderes que fazem agigantar seres aparentemente indefesos.
Tenho um sobrinho deficiente visual que é doutorado em inglês e está terminando seu curso de literatura germânica.
Devemos ter a hombridade de aceitar qualquer ser humano e valorizar suas habilidades para o bem. No império da força física que rege os parâmetros modernos de nossa civilização consumista, pessoas menos “aptas” a nosso ver, darão uma contribuição toda especial ao progresso humano.
Essa é a nossa missão e a da igreja.
Anchieta era deficiente locomotor e, nem por isso, deixou de ser o grande apóstolo do Brasil.
Pensemos nisso...

Eleutério Sousa