quinta-feira, maio 31, 2007

O QUE É POESIA?


Me perguntaste, carinho,

Se eu sabia

O que era poesia...

Com esses olhos azuis,

Me perguntaste, meiga assim,

Só resta dizer com o coração:

Enlevo mil, que extasia,

Você é prosa, é verso, enfim

Uma bela poesia!

Poesia pode ser romântica,

Alegre, triste...

Expressa os sentimentos e a emoção:

É o sentir mais profundo,

O lampejo de um segundo,

Palavras doces para sua amada!

É também tua doce mirada,

Esse mar azul de água cristalina,

É um anjo que desvenda a neblina

Dos maus presságios...

Enfim, poesia é você

Que é minha adorada!

Eleutério Sousa

quinta-feira, maio 17, 2007

“Ite, missa est!” (Ide, a missão começa!)


Somente uma grande fé conseguiria fazer de um pequeno grupo de homens e mulheres o fermento de uma grande reviravolta de mentes e corações.

Inquebrantáveis, obstinados, levariam até os confins do Império Romano a mensagem do Ressuscitado. “Amai-vos uns aos outros”.

Perseguidos por pessoas e sistemas políticos que queriam fazer permanecer o “status quo”, da prepotência, do domínio do mais forte, aqueles anunciantes da “Boa Nova”, tinham uma nova proposta para a humanidade: “ide e anunciai o EVANGELHO”. (a boa nova) a todas as pessoas, dizendo-lhes que todos eram irmãos, filhos do mesmo pai! Esta mensagem incomodava os poderosos de então. Assim como hoje, havia o propósito de fazer calar essas idéias absurdas!

Só a fé no Senhor que “estaria com eles até o fim dos tempos”, os fazia prosseguir e, com tenacidade, anunciavam o Reino. Quando os grupos de evangelizadores partiam em missão, havia um culto, onde invocando a presença do Senhor na Hóstia consagrada, sentiam-se confortados para enfrentar os perigos mil que encontrariam em seu caminho. Por isso a expressão dita pelo celebrante no final do culto ‘Ite, missa est”. Ide, o senhor os está abençoando e a missão – o ato de enviar alguém – começa! Como há 2.000 anos, apesar dos contratempos, a missão continua, a bênção é dada na missa para conforto espiritual do dia-a-dia. Nada mais simbólico do que a visita do representante de Cristo na Terra, para uma retomada missionária em nosso país e nosso continente!


Eleutério Sousa

quarta-feira, maio 09, 2007

O que eu amo

Amo as diáfanas manhãs, serenas,

A luz do sol, inebriante,

Afagando a natureza e os corações;

Amo a paisagem bucólica,

Os horizontes vastos, sem fim,

E o trinar da passarada;

Amo a quietude deste lugar,

A ternura desse teu rosto,

A meiguice desse teu olhar;

Amo,

Na modorrenta tarde,

Esvaída, desesperada, exangue,

O rubro poente, misterioso;

Amo o fulgor das estrelas,

Os encantos das noites do sertão,

Seu brilho e seus mistérios;

Amo o sorriso de uma criança,

A paz que seduz o coração,

Seu olhar cheio de esperança;

Amo, enfim, minha doce mãezinha,

Seus cabelos brancos, fios de prata,

As mãos trêmulas que me pegaram em criança;

Amo, seu semblante, de esperança,

Seu bom dia, sua benção,

Que me dão tanta confiança;

Amo as lembranças de outrora,

Que levo pelo mundo afora,

Daquela que tanto amei,

Doce velhinha que lá deixei...

Ah, saudade, que me queres matar!...



Eleutério Sousa

UMA ÓPERA “BUFFA”

O cenário, em uma faculdade de Direito muito conhecida, havia sido montado a caráter. Naquela ocasião em forma de “aula magna” apresentar-se-ia um famoso advogado que tinha conseguido absolver uma jovem drogada que houvera cometido um crime hediondo. Nada mais justo do que fazer os estudantes de Direito assistir à aula de tão eminente advogado.

Na sala, nobres desembargadores, excelsos doutores e egrégios juízes estavam presentes. O inefável reitor a tudo presidia. Aquele momento era histórico e, por isso, pensou-se em tocar o hino nacional. O momento merecia.

Procuram o CD com o hino e “cadê”? Então o reitor convidou a todos a cantarem o sagrado hino da Pátria. O mutismo foi a resposta; ninguém conhecia (lembrava) a letra e, menos ainda, a melodia! A aula teve como corolário a apresentação do famoso advogado “herói das causas impossíveis!”

O nobre causídico ensinou aos discentes que o processo jurídico deveria ser “manipulado” em, pelo menos 80%, pois assim obter-se-ia a vitória.

A pessoa que me contou toda esta “odisséia” estava lá presente como aluna e considerou tudo aquilo asqueroso. Como pode um advogado – dizia – ensinar-nos a ser trapalhões? A idéia do Direito visto como um sacerdócio romântico e a favor dos injustiçados terminou ali mesmo!...

Conheço um rapaz que deixou a faculdade de Direito porque anteviu estas coisas. No momento faz faculdade de Turismo. Por isso “muita coisa podre anda no “Reino da Dinamarca” – dizia Hamlet...

Mas de qualquer maneira “salve” os bons advogados, embora “quixotescos” defensores de causas nobres! No fim das contas vemos como em uma ópera buffa, como as coisas são tratadas: nada se leva a sério, tudo é feito para proveito financeiro. Obrigam-se jogadores de futebol a cantar o hino nacional e ao mesmo tempo, introduz-se esse símbolo maravilhoso em uma chacota geral de dar pena a uma ópera “hilária”, cômica e desprezível que só nos causa lágrimas de tristeza, tal o casuísmo reinante.

“Usque tandem abutere patientiae mostrae, oh causídicos!” diria o nobre advogado romano Cícero, assassinado por defender os princípios morais da Jurisprudência.

Eleutério Sousa