segunda-feira, dezembro 19, 2005

ESPÍRITO

É chegado o dia, a tradição de um povo, no diário cosmopolita do “retradicionalizado” espírito natalino, acobertado, no enfoque consumista do sistema capitalista que se expande por frações numéricas.

O comércio faz suas apostas, a confraternização gira em torno dos modismos, o natal fica cinza. A população torna-se o “ter”, com um desejo maquiavélico, sua essência retroage pela matemática do poderio econômico.

Nas ruas festivas de um glamour “natalesco” estão às duras poesias do povo adormecido. Já sem cor e brilho. Suas luzes pálidas fazem da tradição a barbárie do esquecimento.

Patricia Gonzalez

Patrícia é estudante de Direito na UNIP – Campus de Assis

FESTAS NATALINAS

por Eleutério Sousa

O tempo “corre” tão célere que, mal terminam as festas natalinas, já estamos comemorando outro natal sem percebermos. O dia-a-dia é tão estressante que o ciclo normal de 24 horas parece reduzido a nada.

Quiséramos aprisionar o tempo, fazê-lo nosso servo e, talvez, comemoramos as datas que se nos aprouvessem sem a imposição todo-poderosa da mídia que nos empurra a compras descabidas, a sorrisos falsos e a ver tudo cor-de-rosa. Na verdade, uma pausa neste agito diário torna a vida menos estressante, mas parece que o fato principal desta época é, sobretudo, nos tirar umas minguadas e suadas merrecas.

A cara do “Bom Velhinho” não nos engana. Há muita gente “engordando” suas contas bancárias com, digamos, a “babaquice” de muitos!

Não sou contra o Natal, longe disso! Quero sim um Natal de paz, de amor, de união familiar e de bons propósitos para um novo ano; uma reciclagem total de nossa vida.

Claro que um bom “tender”, uma mesa farta, vêm a calhar, porque ninguém é de ferro!...

Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Natal – o Nascimento de Jesus.

por Eleutério Sousa

A data verdadeira perde-se nas brumas do tempo. A tradição ortodoxa e oriental fala em 6 de janeiro. A Igreja ocidental “cristianizou” as festas pagãs de 25 de dezembro, saturnálias e o solstício.

Para nós, interessa o espírito desta época. Após um ano cansativo, um momento de paz em família revigora a sociedade e torna-a mais solidária, mais irmã...

Para os cristãos é época de purificação. Afinal, ir ao encontro do Menino Deus, só com a alma contrita e cheia de gozo espiritual. Não foi à toa que a mensagem dos anjos se dirigiu a pastores de almas simples e cheias de sabedoria!...

Os poderosos, os soberbos e toda a sorte de gente indesejada, foram afastados do convite para o banquete celestial!...

Pensemos nisso!

Feliz Natal em 23 idiomas

Alemanha - Fröhliche Weihnachten
Bélgica - Zalige Kertfeest
Brasil - Feliz Natal
Croácia - Sretan Bozic
Dinamarca - Glaedelig Jul
Eslovênia - Srecen Bozic
Espanha - Felices Pascuas, Feliz Navidad
Estados Unidos - Merry Christmas
Finlândia - Hauskaa Joulua
França - Joyeux Noel
Grécia - Eftihismena Christougenna
Holanda - Hartelijke Kerstroeten
Inglaterra - Happy Christmas
Irlanda - Nodlig mhaith chugnat
Itália - Buon Natale
México - Feliz Navidad
Noruega - Gledelig Jul
País de Gales - Nadolig Llawen
Polônia - Boze Narodzenie
Portugal - Feliz Natal
Roménia - Sarbatori vesele
Rússia - Hristos Razdajetsja
Suécia - God Jul

Terra dos Meus Amores

por Eleutério de Sousa


No planalto, bela e garrida, ergue-se a minha cidade,

Minha terra estremecida, terra da felicidade!


Seus verdes campos e vales formosos

São tesouros, entre tantos, entre todos, prestimosos!

Palmital, Palmital, até onde a vista alcança


Palmital, das suaves colinas,

vejo sua riqueza e esplendor,

Palmital, de sublime candor,
vejo a terra da esperança,

Palmital, Palmital, abençoada pelo Senhor!...


Venham todos e vejam minha Terra,
de todas as “Águas”, Capelas e o Sussuí

Vejam quanta beleza encerra a hospitalidade daqui...

Sua gente honrada e generosa,

melhor do que em muitas greis,

É a gente fabulosa da “Pátria dos Santos Reis”.

Alla ricerca de un sogno.

La saga di una famiglia Italiana a Palmital.

por Eleutério Sousa

Da molto tempo fa, negli anni della Prima Guerra Mondiale, la famiglia Thomé è arrivata a Palmital.

I tempi erano difficili nella sua terra ed hanno risolto venire in Brasile dove molti “paesani” suoi avevano fatto fortuna e, sopratutto, hanno incontrato la terra benedetta che per loro, raprasantava il dolce luogo per sè ed e suoi.

Hanno lasciato tutto dietro loro, ma la mancanza della sua terra non è mai dimenticata e, qualche volta, si vedono delle lacrime negli suoi ochi!

Ho parlato con Sandra Thomé, uma alieva delle classi d`Italiano che ho in questa città di Palmital e lei mi ha detto che ha delle foto della sua famiglia nel`arrivo qui in Brasile ed dell`Itália...

(continua nel prossimo numero)

Namorar dá lucro!

por Peterson Paulino


Para aqueles que ficam sem um vintém no bolso após o fim de semana com o par romântico, o título do texto pode parecer mentiroso. Pois não o é, e explicarei o motivo.

Pesquisadores de uma universidade americana realizaram um estudo e obtiveram dados interessantes: funcionários ou empregados de empresas daquele país que estão apaixonados produzem mais e com maior qualidade.

Os estudos revelam que a produção dos que se encontram atingidos pelo cupido é superior em 61% dos casos a daqueles trabalhadores “solitários”.

Inusitado, não? Nem tanto quanto as providências tomadas pelos empreendedores da terra do Tio Sam. Baseados nessa pesquisa, donos de empresas tomaram algumas atitudes ainda mais surpreendentes: passaram a oferecer jantares românticos àqueles que superassem as metas de produção estabelecidas, criaram salas de namoro dentro da própria empresa (onde os “pombinhos” podem, por determinado tempo, encontrar-se) e até incentivaram o famoso “correio elegante” entre os empregados.

Concordo que tudo isso soa um tanto quanto estranho aos ouvidos, mas poderemos: em um mundo onde se visa tanto e a qualquer custo o dinheiro, ao menos nessas empresas os meios para se chegar até ele, são românticos, ao invés de desonestos e sórdidos (Brasília que o diga).

Romualdo Costa


Entrevista com Romualdo Costa

(História de Vida)
por Eleutério Sousa

Tarde serena. No CDHU, em uma casa simples de esquina, frente à creche, aí está o Sr. Romualdo. Pequeno, atarracado, bonachão, olhos claros, bondosos, que nos miram com confiança. Um dos últimos representantes da tradição cabocla de nossa terra.

Nascido no Palmitalzinho, na fazenda dos Cardoso, “Seu” Romualdo, na esteira das crenças passadas de geração em geração, diz sentir premonições, “visões”. Diz que foi salvo por um anjo: “Em uma tempestade, um “corisco” fez desabar um barracão onde eu estava e, desmaiado, senti o contato de um anjo que me transportou para longe do perigo”.

Foi Congregado Mariano e sente uma força invisível que desde criança passa às pessoas. Na sua casa, vêem-se pessoas pedindo-lhe o “benzimento”; tradições seculares da religião popular!...

“Seu” Romualdo tem veia artística. De troncos e madeiras produz arte: passarinhos, animais, carrinhos de mão, etc... uma arte “ingênua”, primitiva, palpitante...

Aposentado morre mais cedo” diz. “Por isso me dedico a este passatempo, inspirado por São José, carpinteiro, que me ajuda do alto”.

"Deram-me uma carroça para transportar as madeiras com que faria meu artesanato".

"O Sr. Anízio Zimermano me facilitou as coisas, montando um rancho para trabalhar. No começo fiz um Pica-Pau (sua primeira obra de arte) depois “desembestou” – suas palavras - ... carrinhos de boi, prensa de cana, sempre com a ajuda de São José!"
Pinta seus artefactos, caprichosamente, delicadamente.

Dá gosto ouvir e testemunhar sua fé. Lembra de sua esposa que na hora da morte lhe disse “tchau segurando-lhe a mão. “Previu a hora de seu passamento”. Lembra com saudade a vida a dois com “Izilda”.

Nunca tive uma desavença com minha mulher. 35 anos de pura benção”. “Ao contrário dos casamentos de hoje, que se separam por nada”.

Romualdo tem 4 filhas e 4 netos.

Passaríamos horas ouvindo estórias e tradições que não existem mais. A pura tradição cabocla, cheia da sabedoria de gerações que enfrentaram o mato e seus mistérios!

O seu dom de “benzer” vem de sua avó – acha. Conta que uma senhora o “viu” em criança, acompanhado de 7 anjos, acha que vence suas tribulações com a proteção do alto.

Conformado, lembra de sua esposa, embora a saudade lhe esteja dando uma dor no coração. Acha que é depressão. Mas, confiante, pensa que logo acaba. Não esquece o seu Adeus, mas diz: "O Pai “chamou ela”, o lugar dela é com Deus, para nos ajudar, e “olha” já ajudou minha filha mais nova no parto! Tenho mais um neto lindo!"

Nesta cidade de vida tranqüila, reminiscências de outras épocas, da pacatez de outrora. Aí está “Seu” Romualdo, um senhor aposentado de bem com a vida, dinâmico e feliz a seu modo. Um exemplo para todos nós!

“Seu” Romualdo mora na Rua Jerônimo Alves Jr., CDHU, Palmital, SP.