quinta-feira, março 15, 2007

Campanha da Fraternidade - A satisfação plena das poucas coisas


Se pudéssemos entrar em um túnel do tempo e presenciássemos a chegada dos primeiros europeus às nossas praias, a primeira impressão seria de assombro, depois admiração e, provavelmente, de cobiça. Aquelas naus enormes, se comparados às canoas dos índios, deviam ter-lhes incutido aquele sentimento que é apanágio de todo o ser humano: a cobiça.

Deixar-se seduzir pela riqueza, pelo poder e pelo conforto nada tem de mais, o problema é deixar-se escravizar por essas coisas!

Naquelas naus vinha o objeto de sedução. Dizem os cronistas que os índios trocavam suas mulheres e filhas por machados de ferro. Acostumados a escavar troncos de árvores, queimando-os no meio para fazer canoas, os índios maravilharam-se com as facilidades oferecidas por aquele utensílio. Os franceses dizimaram as florestas de pau-brasil em troca de instrumentos agrícolas e de – pasmem – contas de vidro! Levaram o pau-brasil para fazer tinta com que tingiam tecidos no vale do Loire! A cor púrpura-fogo do pau-brasil fazia a “cabeça” das mulheres da época!

Vi no Fantástico, no último domingo, grupos de pessoas que se organizam para viver com o mínimo possível. Pessoas de nível superior, sujeitam-se à frugalidade das coisas para serem felizes. Será que estamos voltando ao espírito dos mosteiros? O homem percebe que de nada adianta ganhar o mundo se vier a perder a sua alma! Nós somos mais espírito do que matéria, e isso é uma das causas da nossa insatisfação no peregrinar neste “Vale de Lágrimas!” Pensemos nisso!

Eleutério Sousa

Campanha da Fraternidade – compromisso ou descaso


Todos os anos a Igreja propõe à sociedade em geral e aos cristãos em particular, um tema para meditação na Quaresma. Este ano, é sobre a Amazônia.

Nós, aqui no Sudeste, vemos a Amazônia como uma propriedade que o Brasil deve preservar de cobiças alheias, mas não atinamos como se deva fazer essa preservação. Vemos a Amazônia como florestas imensas, rios caudalosos, fauna abundante, ou seja, último refúgio de espécies do mundo.

Tudo é verdadeiro e a preocupação nacional sobre este imenso território é legítima. Mas, o que fazemos em nossos municípios para preservar o meio ambiente, o que resta das florestas, etc? Será que a cobiça é maior o que o bem estar das gerações futuras? Temos o direito de explorar tudo de qualquer maneira e deixar “terra arrasada” para os vindouros?

Há pecados sociais que se não forem reparados a tempo se tornarão maldições irreversíveis. A mãe-natureza não perdoa. Deus deu ao homem a faculdade de discernir entre o bem e o mal, depende de nós seguir o bom-senso. Vejo na estrada uma variedade de soja “M-Soy”.

Para quem não sabe “m” é transgênico (M – modificado, em inglês). Estamos de “M-Soy” em todo o município! Será que estão fazendo a coisa certa? A resposta da natureza é mais rápida e imprevisível do que se pensa!...

Se não ponderarmos nossas ações, só restarão desolação e miséria!

A propósito: Que município do nosso vale começaria uma campanha para “município ecológico” aquele que respeita a natureza em tosos os sentidos?

Nossa terra e nossas crianças agradecerão! Pensemos nisso.

Eleutério Sousa