quarta-feira, janeiro 10, 2007

O crime do Pastor Geremias

A princípio, este homem que um dia viria a ser pastor, não era nada. Vivia do seu trabalho, de profissão metalúrgico, ia e vinha sem se preocupar absolutamente com o próximo. Mas, no fundo, alguma coisa o fazia sentir-se infeliz.

Ao passar por uma praça, um pastor, Bíblia na mão, arengava. Geremias, tomado por verdadeiro ímpeto de conversão, aceitou a Jesus! Não levou muito tempo, seu entusiasmo e fé o fizeram chegar a Pastor da Igreja que freqüentava. Apesar de pouca cultura, seu empenho nos estudos bíblicos o tornaram um convincente pregador. Mas Geremias não era feliz. Coração justo, estudava a Bíblia, procurando exemplos de vida nos personagens do Antigo e Novo Testamentos que lhe servissem de modelo e pudesse divulgá-los para os fiéis de sua Igreja.

Desde Abraão, Moisés, Jó, os profetas etc., nenhum lhe escapou à sua pesquisa. Apesar da grande fé que todos possuíam, tinham muitos defeitos. Nisto, pôs-se a pesquisar sobre a Virgem Maria. Com sua fé incondicional, a obediência, etc. Maria era o modelo que procurava. No seu entender, ninguém foi mais fiel sem exigir nada em troca, do que Maria!

No conselho da sua igreja, Geremias propôs que se reverenciasse a mãe de Jesus e fosse dada como modelo de crente. Como não aceitam Maria, foi pedido ao Pastor que se retratasse e como não o fizesse, foi expulso da sua Igreja!

Este foi o crime do Pastor: sua fé pura atingiu a verdade e os seus não o aceitaram.

As igrejas, ditas Evangélicas Pentecostais, não se recordam que, quando os apóstolos receberam o Espírito Santo sob a forma de línguas de fogo, lá estava Maria e diz a tradição que foi agraciada em primeiro lugar. Faz sentido. Ela nos foi dada como Mãe e os corações puros como o do Pastor não rejeitam essa verdade, seja qual igreja for a sua Igreja! Pensemos nisso!

PS: o nome do pastor é fictício, embora este caso seja verídico.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Adeus Ano velho!

Estropeado, com o rosto cheio de “band-aid” muletas, roupa esfarrapada, barba desgrenhada e chinelos gastos, sem contar o chapéu todo furado que mais parecia de espantalho, lá ia caminhando na berma da estrada o Sr “Ano Velho!”

- Que bela chance para uma entrevista! – pensei.

Acerquei-me e lá fui proseando.

- Bom dia, caro senhor! Como vai?

- Pois é, meu caro, estou entregando os pontos. Fui substituído e oxalá o meu parceiro tenha mais sorte do que eu!

- Como assim?

- A história vai me acusar (2006) de ser o ano de todas as trapaças. Não queria ser lembrado como o ano da vergonha nacional!

- Deixa isso! Já ninguém se lembra! Acabou tudo em pizza! Nosso povo é bom, e é por isso que todos montam nele! Esquece isso!

- Estou morrendo e a consciência me dói! Tantas oportunidades perdidas!... E o salário deles? Não é que queriam aproveitar-se de mim e fazer aquele escândalo? Mesmo depois de morto, meus ossos vão se revolver de tanta ignomínia!

- Deixa pra lá, velho! No novo ano, começa tudo igual! Sabe de quem é a culpa? Do povo...

- Do povo? Mas como?

- Claro, o povo parece enfeitiçado por canto de sereia e tudo vai ser feito até nas “barbas” do Ano Novo e que ficará velho também!

- Não há esperança mesmo!

O ano velho expirou nos meus braços e veio-me à cabeça a idéia de uma “força cidadã” que crescesse geometricamente por todos os cantos do país e conseguisse evitar tantos desmandos. Que belo país teríamos, então! Seria tão bom, até mesmo para tantos corruptos que aproveitar-se-iam honestamente de tantas benesses que iriam surgir! O Eldorado é aqui. Só precisamos de usufruí-lo com parcimônia e equidade!

Pensemos nisso. Feliz Ano Novo a todos!

Eleutério Sousa