“ Buscai, em primeiro ligar, o reino de Deus e a sua justiça e todo o resto vos será acrescentado” ( Mt. 6,33 ).
A pessoa humana, para viver em plenitude, além da vida física deve ter do espírito, porque ela é formada não somente de corpo mas também de espírito, que é a sua racionalidade: inteligência e vontade?
Mas qual é a vida do espírito?
O seu pensar e o seu quere? Não. O seu pensar e o seu querer é funcionamento e não a vida do espírito.
No corpo, como em toda matéria, o funcionamento e não a vida do espírito.
No corpo, como em toda matéria, o funcionamento corresponde à vida. De fato, quando o corpo funciona ele está vivo.
No espírito, que não é matéria, o funcionamento, em si, é automática, faz parte da sua existência. Só no espírito humano, que está unido à matéria, e consequentemente condicionado por ela, o seu funcionamento depende do funcionamento do cérebro.
A vida do espírito humano, assim como de todo outro espírito criado ( ex. dos anjos), é necessariamente a vida do seu princípio, da sua nascente, que é Deus, porque o espírito humano é participação ( “imagem” ) da natureza de Deus.
Deus é o princípio do espírito humano, porque ele é o Espírito perfeito e, por isso, criador, fonte de todo outro espírito, assim como de toda outra coisa.
Espírito significa inteligência e vontade; faculdades que em Deus são incriadas, perfeitas e infinitas, ao passo que no homem são limitadas, porque criadas.
Em Deus a Inteligência é o filho e a vontade é o Espírito Santo.
A vida de Deus, por ele ser o princípio da vida é pensar e querer a vida, que é o verdadeiro bem, e, por isso amar.
Deus é o deus da vida; Ele é amor!
Consequentemente a verdadeiro espírito humano, que procede de Deus, também é pensar e querer a vida, amor. Quem ama vive, quem não ama está espiritualmente morto; é um cadáver ambulante: morto no espírito, vivo no corpo.
A vida do corpo é muito importante. Mas a vida do espírito é ainda mais importante. Com efeito, da vida do corpo depende a nossa existência terrena, mas da vida do espírito depende a nossa paz nesta vida e a nossa felicidade na vida eterna.
Daqui a importância de falar sobre o valor da vida do espírito humano, que, a primeira vista, pode parecer um assunto inútil, que não nos diz respeito, mas que, na realidade, é o mais importante da nossa existência. Milhares, milhões de pessoas deram a vida física para a vida do espírito. São os Mártires que preferiram morrer, antes que perder a vida do espírito.
A vida terrena cumpre a função da terra, onde Deus planta a semente da vida do espírito. A função da terra é dar à semente a possibilidade de brotar, crescer, tornar-se uma planta e dar muitos frutos. A função da vida que vivemos é permitir à vida do espírito brotar, crescer e dar muitos frutos, que permaneçam para a vida eterna.
A vida terrena, assim como ela acontece em cada um, pode ser comprada também a diversas medidas de farinha de trigo, onde a vida do espírito se torna de vida, e, neste caso, de vida eterna.
O mesmo Jesus um dia fez estas comparações em parábolas sobre o Reino dos Céus.
“O Reino dos Céus ( que, afinal, é a vida do espírito) – disse – é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce é maior do que qualquer hortaliça e torna-se arvore, a tal ponto que as aves do céu se abrigam nos seus ramos” ( Mt. 13, 11-32).
“ O Reino dos Céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e pôs em três medidas de farinha, até que tudo fica fermentado” ( Mt. 13,33).
A maioria das pessoas vive preocupando-se apenas com a vida do corpo. Para ela trabalham lutam, se sacrificam, brigam e até se matam.
Poucos se preocupam com a vida do espírito. Vive-se dando-lhe pouco ou nenhum valor. Não existe a preocupação de conhecê-la e muito menos de vivê-la. Uns nem sabem que ela existe. Sim há uma certa voz interior, chamada consciência, que nos diz o que é o mal, mas isso quando ela não é deformada por uma educação errada, recebida em família, ou adquirida no ambiente, ou veiculada pelos meios de comunicação.
Todos os males individuais, familiares e sociais que, direta ou indiretamente, provém do comportamento humano, são devidos a esta falta de vida do espírito.
Uma transformação verdadeira e profunda da sociedade, que torne a vida de todos mais humana e mais alegre, poderá acontecer somente através de um empenho de todos ou, pelo menos, da maioria, viver esta vida espiritual, que é de respeito, de justiça, de solidariedade e de paz.
Aqui vai uma pergunta: eu me preocupo com a minha vida espiritual, pelo menos tanto quanto me preocupo com a vida e o bem-estar do meu corpo? Dela depende a minha paz e a minha felicidade, a minha realização como pessoa humana. É um engano pensar que o prazer, o dinheiro, a vaidade ou o poder possam nos tornar felizes!
( Continua)
CATEQUESE DA CRISMA
CATEQUISTA: DENER MOLERO DE LIMA